Copom Decide Novo Aumento na Taxa Selic e Marca Transição de Comando no Banco Central

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta quarta-feira (11) para deliberar sobre a taxa básica de juros, a Selic. A reunião é especialmente significativa, marcando a despedida de Roberto Campos Neto como presidente do Banco Central e a preparação para a chegada de Gabriel Galípolo, que assumirá o cargo em janeiro.

Expectativas para a Selic: Novo Aumento à Vista

De acordo com o boletim Focus, que reúne as projeções do mercado financeiro, a expectativa majoritária é de que a Selic sofra um novo aumento de 0,75 ponto percentual, elevando-a para 12% ao ano. Este seria o terceiro ajuste consecutivo, evidenciando uma política monetária contracionista para conter a inflação persistente que ultrapassa o teto da meta definida para 2024.

O Copom enfrenta um contexto desafiador, influenciado tanto por fatores internos quanto externos:

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  1. Internacional: A desaceleração econômica nos Estados Unidos e a postura incerta do Federal Reserve (Fed) geram volatilidade nos mercados globais, impactando o dólar e as condições financeiras no Brasil.
  2. Doméstico: A inflação oficial (IPCA) acumulou alta de 4,87% nos últimos 12 meses, acima do teto de 4,5% permitido pelo Conselho Monetário Nacional. No mês passado, houve uma desaceleração para 0,39%, mas itens como carnes e passagens aéreas continuam pressionando os custos para os consumidores.

Além disso, desafios fiscais, como a necessidade de equilibrar contas públicas e os efeitos da alta do dólar, agravam o cenário.

Impactos da Selic na Economia

A taxa Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação, mas suas implicações são complexas:

  • Alta da Selic: Eleva o custo do crédito, desestimula o consumo e incentiva a poupança. Entretanto, esse movimento pode desacelerar o crescimento econômico e aumentar os custos de financiamento público.
  • Redução da Selic: Estimula a economia, barateando financiamentos e incentivando o consumo, mas pode dificultar o controle da inflação.

A continuidade do ciclo de alta de juros poderá impactar diretamente o ritmo da economia, afetando o consumo das famílias, o crédito para empresas e as decisões de investimento.

Desafios e Transição de Liderança

A reunião do Copom também coloca em evidência a transição de liderança no Banco Central. Campos Neto encerra seu mandato em um período de desafios para manter a credibilidade da instituição frente a metas inflacionárias ambiciosas. Gabriel Galípolo, que assume em janeiro, terá a missão de equilibrar o combate à inflação com a promoção do crescimento econômico.

Enquanto o limite de inflação para 2024 está fixado em 3%, com tolerância até 4,5%, as projeções atuais já indicam um desvio significativo. O Copom deve considerar os impactos do dólar valorizado, fatores climáticos e o cenário global incerto em suas próximas decisões.

A decisão do Copom será divulgada ao final do dia e definirá os rumos da política monetária para os próximos meses. A medida não apenas influencia diretamente o mercado financeiro, mas também será um indicador do tom que o Banco Central adotará sob a nova gestão. A expectativa é que o Banco Central continue buscando um equilíbrio entre estabilidade de preços e suporte à atividade econômica, em um ambiente cada vez mais desafiador.