O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central em 6 de janeiro de 2025, revelou que analistas do mercado financeiro elevaram a projeção para a taxa Selic ao final deste ano de 14,75% para 15%. Essa revisão reflete preocupações com a inflação, cuja estimativa para 2025 subiu pela 12ª semana consecutiva, passando de 4,96% para 4,99%, situando-se acima do teto da meta de 4,5% estabelecida para o período.
Pressões inflacionárias e contexto fiscal
O aumento na estimativa da Selic é resultado direto de persistentes pressões inflacionárias. Apesar dos esforços do governo para conter os preços, a inflação continua resiliente, sobretudo no setor de serviços e alimentos. A conjuntura fiscal também é um fator importante, com a necessidade de ajustes para equilibrar as contas públicas pressionando as decisões de política monetária.
Analistas destacam que a percepção de risco fiscal contribuiu para elevar a expectativa dos juros, dificultando a recuperação de setores que dependem de crédito barato, como o imobiliário e de bens duráveis.
Impactos econômicos previstos
Caso a projeção da Selic em 15% se concretize, os impactos serão amplos:
- Acesso ao crédito: Com juros elevados, empréstimos e financiamentos se tornam menos acessíveis para famílias e empresas, resultando em queda do consumo e dos investimentos.
- Investimentos estrangeiros: Juros altos podem atrair investidores estrangeiros em busca de rendimentos mais elevados, valorizando o real no curto prazo. Por outro lado, políticas monetárias restritivas podem reduzir a atratividade do Brasil no médio prazo, especialmente se o crescimento econômico for impactado.
- Mercado imobiliário: O aumento da Selic afeta diretamente o mercado imobiliário, elevando as taxas de financiamento habitacional e reduzindo o poder de compra da população.
Essas projeções indicam um cenário econômico desafiador, com a necessidade de políticas monetárias e fiscais eficazes para controlar a inflação e estabilizar a economia brasileira ao longo de 2025.
Font: InfoMoney
