Após as novas limitações impostas pelos Estados Unidos ao setor tecnológico chinês, anunciadas na segunda-feira (2), a China reagiu nesta terça-feira (3) com medidas restritivas às exportações de materiais estratégicos para a produção de semicondutores.
Medidas de controle anunciadas
O Ministério do Comércio da China comunicou que as novas restrições incluem elementos como gálio, antimônio e germânio, amplamente utilizados em tecnologias de uso dual — com aplicações civis e militares. Além disso, o grafite, essencial para a fabricação de semicondutores, passará por uma análise mais rigorosa para determinar tanto seu uso final quanto seus destinatários.

As exportações desses materiais para os Estados Unidos estarão sujeitas à obtenção de licenças especiais, enquanto qualquer utilização para fins militares será estritamente proibida. Segundo o governo chinês, essas ações visam proteger a segurança nacional e cumprir obrigações internacionais relacionadas à não proliferação.
A retaliação às ações norte-americanas
As medidas chinesas foram uma resposta direta às novas restrições dos EUA, que limitaram a exportação de semicondutores avançados e seus insumos para a China. Empresas chinesas, como Piotech, SiCarrier e Naura Technology, estão agora sujeitas a aprovações específicas do Departamento de Comércio norte-americano para adquirir esses produtos.
A administração Biden justificou as restrições como uma forma de evitar o uso desses chips no desenvolvimento de tecnologias militares avançadas e inteligência artificial. Em contrapartida, Pequim acusou Washington de “politizar e transformar questões econômicas, comerciais e tecnológicas em armas”.

Aviso relacionado a Taiwan
Além da resposta comercial, a China também enviou um alerta aos EUA sobre Taiwan. Após a visita do presidente taiwanês Lai Ching-te ao Havaí no sábado (30), o governo chinês reforçou sua posição, exigindo que os EUA cessem qualquer apoio a movimentos pró-independência na ilha.
Essas tensões comerciais e diplomáticas refletem o aprofundamento da rivalidade entre as duas maiores economias do mundo, com possíveis impactos no equilíbrio global de cadeias produtivas e políticas.