A dívida bruta brasileira atingiu um marco histórico em outubro de 2024, superando pela primeira vez os R$ 9 trilhões. O montante totalizou R$ 9,032 trilhões, representando um crescimento de 1,16% em relação a setembro e um aumento expressivo de 14,13% no acumulado anual, segundo dados do Banco Central.

Fatores que Impulsionaram o Aumento
O Tesouro Nacional destacou que a alta da dívida foi influenciada por diversos fatores econômicos e internacionais. A moderação das expectativas de cortes na taxa de juros, as incertezas no cenário eleitoral dos Estados Unidos e o impacto das medidas de estímulo econômico na China afetaram diretamente os mercados emergentes. No Brasil, a curva de juros local apresentou elevação mais acentuada, refletindo as pressões econômicas internas e externas.
Evolução da Dívida do Governo
A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que engloba o governo federal, o INSS e os governos estaduais e municipais, aumentou significativamente, acumulando R$ 952,6 bilhões em 2024. Sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o acréscimo totalizou impressionantes R$ 1,8 trilhão.
Já a Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi), que inclui os títulos emitidos no mercado doméstico, também registrou um crescimento expressivo, atingindo R$ 6,747 trilhões, uma alta de 1,62% em setembro. Esse crescimento foi impulsionado por emissões líquidas de títulos no valor de R$ 42,50 bilhões e pela apropriação positiva de juros, que somaram R$ 64,84 bilhões.

Custo dos Juros e Déficit Nominal
Os gastos com juros da dívida pública registraram um aumento significativo de 80,3% em outubro de 2024, alcançando R$ 111,6 bilhões, em comparação aos R$ 61,9 bilhões no mesmo período do ano anterior. Como consequência, o déficit nominal do setor público consolidado ficou em R$ 74,1 bilhões em outubro.
No acumulado de 12 meses até outubro, os gastos com juros totalizaram R$ 869,3 bilhões, contribuindo para um déficit nominal de R$ 1,093 trilhão, equivalente a 9,52% do Produto Interno Bruto (PIB).
Perspectivas e Desafios
O avanço da dívida pública reflete desafios estruturais e conjunturais enfrentados pelo Brasil. O aumento contínuo de juros e o alto endividamento exigem uma gestão fiscal robusta para equilibrar o orçamento público e conter o impacto sobre o crescimento econômico.
