O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil se prepara para sua última reunião do ano, marcada para os dias 10 e 11 de dezembro. A atenção do mercado está voltada para a possível elevação da taxa Selic, com apostas indicando um aumento significativo.
📊 Expectativa de aumento expressivo
De acordo com o Termômetro do Copom, ferramenta que acompanha os contratos de opções na bolsa, os investidores projetam uma alta de 1 ponto percentual na taxa básica de juros, o que elevaria a Selic de 11,25% para 12,25% ao ano. Essa aposta ganhou força diante da recente desvalorização do real e do avanço do dólar.

Fatores que influenciam o mercado
Entre as razões que sustentam essa perspectiva está o recente pacote fiscal apresentado pelo governo, que inclui medidas como a isenção do Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil. Embora algumas dessas medidas ainda dependam da aprovação do Congresso, sua implementação pode intensificar o crescimento econômico, pressionando a inflação.
André Galhardo, consultor da Remessa Online, ressalta que esse cenário exige uma postura mais rigorosa do Banco Central:
“A aceleração econômica acima do ritmo desejado pode levar a uma política monetária mais restritiva, com juros altos para controlar a inflação e a pressão cambial.”
Por outro lado, o Boletim Focus aponta uma expectativa média do mercado para um aumento mais modesto, de 0,5 ponto percentual, levando a Selic para 11,75%.
Declarações de Gabriel Galípolo
🗣 O futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, nomeado pelo presidente Lula, também defende a necessidade de juros elevados. Durante um evento recente, ele destacou que o ambiente econômico atual, com baixo desemprego e desvalorização do real, justifica uma política monetária mais restritiva.

“Com a inflação acima da meta, é essencial ancorar as expectativas do mercado e manter a estabilidade no processo de transição de gestão do Banco Central.”
Galípolo assumirá o cargo em janeiro, sucedendo Roberto Campos Neto, e já sinaliza continuidade na política econômica, destacando a importância de uma transição tranquila para garantir a estabilidade do sistema financeiro.
A decisão do Copom será crucial não apenas para a política monetária, mas também para o cenário econômico em 2025. Um aumento acentuado da Selic pode conter a inflação, mas também pode desacelerar o consumo, gerando impacto em diversos setores.
A expectativa agora é que o Banco Central consiga equilibrar as pressões econômicas e políticas, garantindo credibilidade ao mercado e estabilidade à economia brasileira.