O Walmart anunciou a descontinuação de suas políticas voltadas para diversidade, equidade e inclusão (DEI). A mudança inclui o cancelamento de treinamentos relacionados a equidade racial, o fim do apoio a eventos e causas LGBTQIA+, como as paradas do orgulho, e a exclusão de critérios de raça e gênero em contratações e escolhas de fornecedores. Produtos voltados para pessoas trans, como binders, também deixaram de ser comercializados, segundo informações do The Wall Street Journal.
Motivações por trás da decisão
Essa mudança reflete um cenário em que grandes corporações estão sob crescente pressão de grupos conservadores, especialmente desde o fortalecimento desse movimento durante e após o governo de Donald Trump. Esses grupos criticam políticas que associam empresas a uma “agenda progressista” ou “woke”, que inclui a promoção de direitos e igualdade para minorias sociais.
O porta-voz do Walmart afirmou à Bloomberg que a empresa está ajustando suas práticas para refletir as expectativas de uma base mais ampla de funcionários e consumidores, sinalizando uma tentativa de alinhar suas políticas às demandas sociais e políticas atuais.

Uma tendência mais ampla no mercado corporativo
A decisão do Walmart segue o precedente estabelecido após a Suprema Corte dos EUA limitar o uso de ações afirmativas em universidades, o que reforçou críticas às práticas de inclusão em diversos setores. Além disso, influenciadores e ativistas conservadores, como Robby Starbuck, vêm organizando boicotes econômicos para pressionar empresas a abandonarem programas de diversidade.
Por exemplo:
- A John Deere, sob pressão, eliminou treinamentos sobre pronomes neutros e deixou de participar de eventos como corridas do orgulho LGBTQIA+. Apesar disso, manteve o compromisso de buscar uma força de trabalho diversificada.
- Outras empresas, como Ford e Toyota, também estão sendo alvo de campanhas semelhantes, ampliando o debate sobre o papel das corporações em iniciativas sociais.
Impacto e debate
A decisão do Walmart e de outras empresas demonstra uma mudança significativa na abordagem corporativa, sinalizando um recuo em relação ao comprometimento público com iniciativas de inclusão. Para os críticos dessas ações, trata-se de um alinhamento às demandas de uma base de consumidores mais ampla. Já defensores da diversidade veem isso como um retrocesso na luta por igualdade e inclusão em ambientes corporativos.
